quinta-feira, 31 de março de 2011

Governo promete anunciar até julho novo caça da FAB

Governo promete anunciar até julho novo caça da FAB

AE - Agência Estado



A presidente Dilma Rousseff está disposta a anunciar a decisão do governo na escolha F-X2 - para o reequipamento da aviação de caça - até julho. O negócio envolve um lote de 36 aeronaves e é avaliado em US$ 6 bilhões. O processo está sendo minuciosamente analisado no Palácio do Planalto.

Dilma faz suas próprias anotações e levanta dúvidas. Ela leu relatórios, ouviu especialistas e sabe que o F/A-18 Super Hornet, da americana Boeing, é considerado a melhor máquina de guerra entre os oficiais da Aeronáutica. O preço final é intermediário, na faixa estimada de US$ 5,2 bilhões - acima dos US$ 4 bilhões da proposta da sueca Saab para seu Gripen NG e abaixo dos US$ 6,2 bilhões da oferta da francesa Dassault para o moderno Rafale.

A presidente tem discutido vários tópicos específicos. Quer saber se o pacote de transferência de tecnologia já garantido pela Boeing com o aval do governo dos Estados Unidos - em carta da secretária de Estado, Hillary Clinton, e em telefonema entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Barack Obama - não é suficiente para atender a expectativa da indústria aeroespacial.


Os americanos aumentaram o tom, assumindo o compromisso de pagar os custos de 100 mil homens/hora da Embraer para habilitar a empresa no programa de desenvolvimento do Super Hornet. Também renovaram o acordo formal para pagar uma espécie de multa de 5% sobre o contrato cada vez que a abertura de tecnologia não seja cumprida.

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"F/A-18 Super Hornet" Boeing: teremos o melhor preço/ Dilma deve decidir ainda em 2011



por iranyfm, fonte Cavok, data 20 Jan (2 meses atrás) editar remover


Um caça Boeing F/A-18F Super Hornet durante uma passagem "super" baixa. (Foto: ClearSkyImages)


A Boeing saudou a decisão da presidente Dilma Rousseff de “aplainar o terreno” e prometeu fazer tudo para colocar seu melhor preço na mesa de negociações. Joe McAndrew, vice-presidente da Boeing para desenvolvimento de negócios nas Américas, Europa e Israel, afirmou que um acordo com a Boeing abriria ao Brasil o mercado de defesa americano, o maior do mundo. O F/A-18 Super Hornet concorre com os Rafale, da francesa Dassault, e os caças Gripen NG, da sueca Saab.


- Temos todas as indicações de que o novo governo vai aplainar o terreno e julgar cada um dos competidores por seus méritos e pelos benefícios das relações com cada uma das companhias. Quando se pensa numa relação com a Boeing, é preciso pensar no que ela traria para a economia brasileira, em termos de transferência de tecnologia e acesso ao mercado de defesa americano, o que não se pode dizer sobre a Dassault ou Saab – disse McAndrew, de Washington, enfatizando que o mercado de defesa americano é maior do que a soma de todos os outros países.


McAndrew: Boeing tem apoio do governo americano


O vice-presidente da Boeing destaca o fato de a candidatura da empresa ter “apoio integral” do governo e do Congresso americano, que já aprovou a transferência de tecnologia.


- Acho que nos próximos quatro a seis meses esse apoio continuado será muito importante para nós – avalia.


McAndrew citou o fato de a Embraer ter interesse em expandir sua atuação na área de aviação de defesa. Disse não temer a repetição de problemas como o ocorrido quando a Embraer foi impedida de vender Super Tucanos para a Venezuela por uma limitação imposta pelos americanos, já que mais de 50% dos componentes das aeronaves haviam sido fabricados nos EUA:


- Todo país tem esse tipo de preocupação com a transferência de equipamentos de defesa para terceiros. A Venezuela é um país que demonstrou não ser muito amigo dos EUA, então acho que é importante botar isso dentro de um contexto. Os Super Hornet são destinados à FAB, não à reexportação.


Em relação aos planos de ajuste fiscal do governo Dilma, que podem levar a uma nova ênfase nas questões de preço e custos de manutenção, McAndrew se mostrou confiante.


- Quando falamos em custos, temos que pensar no custo de manutenção de cada um desses aviões durante todo o seu ciclo de vida útil, de 30 anos ou mais, e nesse ponto de vista, a FAB se beneficiaria da magnitude das encomendas de Super Hornets, que é bem maior que a dos Rafales; temos encomendas de 600, contra 200 dos Rafale e zero do Gripen. Olhando em termos de economia de escala, temos uma clara vantagem – afirmou.


Fonte: O Globo – Fernanda Godoy






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F-X2: Dilma deve decidir até o final de 2011, mas investimento somente em 2012
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O caça Saab Gripen NG Demonstrator durante o Farnborough Air Show. (Foto: Nigel Jones)


Por conta da situação fiscal preocupante e de dúvidas sobre a melhor opção, a presidente Dilma Rousseff definiu que a compra dos novos caças da FAB pode até ser decidida no fim deste ano, mas qualquer gasto só será feito a partir de 2012.


Com um corte em estudo que deve superar os R$ 40 bilhões no Orçamento e o trauma gerado pela tragédia no Rio, seria politicamente difícil para o governo decidir por um negócio tão caro neste momento em que o discurso é de austeridade.


A compra dos 36 aviões de combate não sairá por menos de R$ 10 bilhões. Será financiado, mas requer uma parcela imediata. Dilma também já havia decidido colher mais informações. O antecessor, Lula, havia concentrado o processo nas mãos do ministro Nelson Jobim (Defesa).


Além de ter feito questão de uma conversa a sós com o comandante Juniti Saito (aeronáutica), ela também entregou documentos ao ministro do Desenvolvimento, seu amigo Fernando Pimentel.


Dilma quer ouvir setores fora do governo, principalmente a Embraer, e criar um grupo interministerial que examine a questão, reanalisando os argumentos da FAB (pró-Gripen sueco) e da Defesa (pró-Rafale francês).


A negociação de preço provavelmente só ocorrerá após a escolha de um dos três concorrentes -o terceiro é o F/A-18 dos EUA- e não há hoje a possibilidade de reabertura do negócio a outros concorrentes.


O adiamento confirma a enfraquecida posição do francês Dassault Rafale, preferido de Lula e de Jobim.


Mais caro dos aviões oferecidos e o último na preferência da FAB, ele sairia por US$ 8 bilhões (R$ 13,3 bilhões ontem), mas Jobim diz ter conseguido abater US$ 2 bilhões (R$ 3,3 bilhões) do valor.


Crescem, por consequência, as chances da opção mais barata, que era a escolhida pela avaliação técnica da FAB, o sueco Saab Gripen -cujo pacote custa US$ 6 bilhões (R$ 10 bilhões).


E um reforçado lobby norte-americano recolocou no páreo o Boeing F/A-18, cuja venda com armas e logística foi ofertada por US$ 7,7 bilhões (R$ 12,9 bilhões).


Dilma ouviu o lobby pessoalmente do senador John McCain, na semana passada.


Disse a ele que o avião seria considerado, se houvesse uma manifestação explícita do Congresso americano de que não haveria veto à transferência de tecnologia de componentes do caça.


Até aqui, argumenta, a garantia é do governo dos Estados Unidos.


O senador americano disse que conseguirá uma carta com manifestação do Congresso americano. A instituição já aprovou a proposta da Boeing, mas pode haver vetos no futuro.


O maior derrotado no processo, contudo, é Jobim, que buscava uma decisão rápida.

Ele defende a consonância com a parceria já estabelecida com a França, que vendeu submarinos e helicópteros por mais de R$ 20 bilhões no ano retrasado.


Fonte: Folha de São Paulo – Valdo Cruz, Igor Gielow, Eliane Cantanhêde

 

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